Os polimorfismos dos receptores adrenérgicos na insuficiência cardíaca: o que a genética explica?Pereira S.B. ; Gava I. A. ; Gira C. ; Mesquita E. T. Os polimorfismos dos receptores adrenérgicos na insuficiência cardíaca: o que a genética explica?Arq. Bras. Cardiol. vol.94 no.6 São Paulo June 2010.
“Os recentes avanços da biologia molecular têm facilitado a incorporação na prática clínica de testes que avaliam os polimorfismos na área cardiovascular. Um dos exemplos é o warfarin, com a aprovação do FDA na utilização de teste laboratorial rápido para a detecção dos polimorfismos CYP2C9 e VKORC1, no intuito de guiar a estratégia de anticoagulação oral1. Recentemente, também houve a aprovação do uso do bucindolol na IC em conjunto do teste genético para avaliação do polimorfismo Arg389Gly, o qual determinará os respondedores a este tipo de beta-bloqueador.”(p.4)
“Experimentos realizados em ratos revelaram que a variante Arg se relaciona a uma maior e melhor sinalização em estágios agudos, mas que cronicamente torna-se reduzida, com menor capacidade de ligação do receptor. Esses mesmos estudos demonstraram que essa variante está relacionada a uma melhora da atividade hemodinâmica e da função ventricular em resposta ao beta-bloqueio, o que evidencia a importância de tais estudos para o desenvolvimento de terapias mais eficazes e personalizadas15. ”(p.20)
” Conforme descrito anteriormente, o alelo Arg389 tem uma maior atividade estimulatória sobre o sistema simpático enquanto o alelo Gly389 apresenta aumento do down-regulation como um efeito protetor à atividade simpática aumentada na IC. Portanto, diversos estudos foram desenvolvidos para verificar se há uma correlação entre os polimorfismos de beta 1 e a suscetibilidade à IC. Na maioria desses estudos não se conseguiu encontrar diferenças estatisticamente significativas nas frequências isoladas dos alelos Arg389 e Gly 389 em pacientes com IC quando comparado com controles.”(p.25)
“Muitos estudos investigaram uma possível associação entre insuficiência cardíaca e os polimorfismos dos receptores beta 2 adrenérgicos, e diferentes resultados foram descritos na literatura. Sabe-se que a proporção entre receptores beta 1 e beta 2 é de 80 para 20 em corações sadios. No entanto, na IC, essa proporção é de 60 para 40, o que indica que o polimorfismo de beta 2 pode modificar a progressão da doença11.”(p.47)
“De modo geral, acredita-se que o uso de técnicas de biologia molecular, associado aos critérios morfológicos e clínico-laboratoriais convencionais, deverão permitir o diagnóstico mais preciso e, consequentemente, o entendimento mais aprofundado da fisiopatologia das doenças cardíacas.”(p.72)
Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2010000600019&lang=pt
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