Conhecimentos e práticas em saúde bucal com crianças hospitalizadas com câncer.Barbosa A. M.I; Ribeiro D. M. ; Teixeira A. S. C. Conhecimentos e práticas em saúde bucal com crianças hospitalizadas com câncer, Ciênc. saúde coletiva vol.15 supl.1 Rio de Janeiro June 2010.
“As doenças bucais constituem atualmente um importante problema de saúde pública, não somente devido à sua alta prevalência, mas também pelo seu impacto em nível individual e coletivo, em termos de dor, desconforto, limitações sociais e funcionais, o que afeta a qualidade de vida do indivíduo.”(p.3)
“A odontologia baseada na promoção de saúde a uma população infantil específica, como pacientes acometidos pelo câncer, tem papel fundamental no restabelecimento da saúde geral e, consequentemente, na qualidade de vida dessas crianças.”(p.7)
“Dos óbitos por neoplasias na infância, as leucemias representam a maior causa, sendo responsáveis por 39% das mortes na Europa e por 50% nas Américas, Oceania e Ásia. O declínio observado, em diversos países, nos coeficientes de mortalidade por neoplasias em menores de 15 anos parece ser devido, em grande parte, ao aumento da probabilidade de sobrevida para a maioria dos casos com tumores infantis, ou seja, ao acréscimo na porcentagem de crianças vivas com neoplasias após um determinado período de tempo, em decorrência de diagnósticos mais precoces e maior sucesso nas intervenções terapêuticas (radioterapia, quimioterapia, cirurgia, transplante de medula óssea). Os recentes avanços no uso dos medicamentos quimioterápicos e o emprego de esquemas combinados de drogas permitiram elevar a sobrevida de crianças com neoplasias, particularmente as diagnosticadas hematológicas.”(p.9)
“Durante o tratamento antineoplásico, as alterações na cavidade bucal alcançam maior gravidade, pois tanto a quimioterapia quanto a radioterapia não diferenciam as células neoplásicas das células normais .”(p.14)
“Os principais efeitos colaterais da quimioterapia são a mucosite, a xerostomia temporária e a imunodepressão, possibilitando infecções dentárias ou oportunistas. Observam-se também hemorragias gengivais decorrentes da plaquetopenia e distúrbios na formação dos germes dentários quando a quimioterapia é administrada na fase de odontogênese .”(p.15)
“Dentre os desconfortos mais frequentes neste estudo, constatou-se a "dor na mucosa" (mucosite), em virtude da presença de ulcerações.Observaram que durante a terapia, 81,82% tiveram a mucosa bucal comprometida por ulcerações, sangramento gengival e candidíase, no entanto, observaram uma menor prevalência de manifestações bucais nos portadores de leucemia na infância; 17,64% de lesões ulceradas e 11,76% com gengivite.”(p.34)
“Sabe-se, na prática da odontologia, que os hábitos adquiridos pelas crianças para a promoção de saúde bucal se estabelecem através da observação das práticas de prevenção da mãe. As crianças cujas mães têm pouco cuidado apresentam forte tendência a também desenvolver poucos cuidados29, tornando-se um ponto chave no processo de prevenção .”(p.41)
“É importante ressaltar que apesar de ser considerado um antimicrobiano altamente eficaz, o uso da clorexidina deve ser recomendado apenas nos casos em que o paciente não consegue realizar a higiene bucal. Como qualquer outro agente antimicrobiano potente, deve ser administrada somente sob supervisão profissional e possui efeitos colaterais quando utilizada por longos períodos. Exemplos desses efeitos colaterais são: pigmentação dos dentes, descamação do dorso da língua, sensibilidade oral (ardência) e alteração da gustação após algumas horas.”(p.46)
“Mediante tal afirmação, os participantes do estudo foram questionados sobre a importância da participação efetiva de um cirurgião-dentista, em ambiente hospitalar, para que medidas de promoção de saúde fossem tratadas com prioridade.”(p.47)
“Dessa forma, é de fundamental importância que se estabeleça um protocolo de cuidados com a higiene bucal de crianças hospitalizadas com câncer, uma vez que as mesmas encontram-se vulneráveis nesse período. A presença de um cirurgião-dentista na equipe médica parece reforçar a preocupação em minimizar os danos provenientes do tratamento oncológico e pode, a partir de suas atribuições e habilidades, ser um agente ativador de mudanças em educação para a saúde.”(p.59)
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